Região de Gabú

Depois de uma manhã passada em Tabatô, seguimos para Gabú, capital da região com o mesmo nome. Gabú é a região mais a leste da Guiné-Bissau. Região muito seca e quente onde o verde se limita a bolanhas irrigadas por água retirada ao rio Geba através de bombas a energia fotovoltaica.

A cidade de Gabú é uma pequena cidade muito suja (recolha de lixo existe apenas em Bissau e há poucas semanas) com edifícios coloniais muito degradados. Aqui o peixe é escasso e as refeições são maioritariamente de frango e de cabra. Ficámos novamente alojados numa casa de FEC no centro da cidade, e situada ao lado de um matadouro de cabras que tornava o acordar “um pouco” desagradável.

Outro elemento de nota foi o calor. Estamos nesta altura no final da época seca e os sinais da época da chuva começam a aparecer. Os ventos fortes que normalmente antecedem a chuva têm aparecido durante a noite e durante a manhã o céu está nublado, mas a partir das 11:00 o sol começa a aquecer bastante. Por volta das 23:00 estavam 37ºC com sensação térmica de 41ºC.

Acompanhados pelo Mamudo, uma pessoa indicada por um inspector educativo da região, seguimos então para as tabancas onde gravámos as canções.  Nesta região habitada maioritariamente por Fulas e Mandingas, gravámos canções nas tabancas Fula Misseratchanha e Tassilima, nas tabancas Mandinga Canjadudi e na tabanca mista Bani, i.e., habitadas por estas duas etnias. Em Misseratchanha quase fomos atropelados por 2 burros (muito comuns nesta zona) que lutavam e corriam levando tudo à sua frente. Passado alguns minutos juntaram-se mais alguns à luta e voltaram a passar por nós cerca de 8 burros a alta velocidade.

No dia 23 de manhã gravámos algumas canções da etnia Djacanca no bairro Algodon de Gabú. Depois de deixarmos Gabú regressámos a Bafatá, ao bairro Ponte Nova, habitado por uma pequena etnia, denominada Saracolé, onde recolhemos registos de canções desta etnia. Esta recolha foi conseguida com o apoio do cantor guineense Sambalá Kanuté, mais conhecido como o Elifante Grandi. A meio da tarde, deixámos Bafatá e fomos para a região Oio.

Terça-feira, 23 Maio, 2017|