Região de Bafatá

No dia 18 de Maio deixámos Buba em direcção de Bafatá. Levados pelo nosso motorista Barra Siga passámos por Saltinho, uma zona de rápidos e cascatas muito famosas.

Ao fim da manhã chegámos a Bafatá, capital da região com o mesmo nome. Nesta cidade, os serviços administrativos estão também instalados nos edifícios onde funcionavam os serviços administrativos coloniais. Estes edifícios coloniais estão situados na cidade velha, uma zona conhecida como o centro da cidade, mas quase deserta, em que o movimento se restringe apenas aos serviços administrativos.

Ficámos instalados na casa da FEC e a empregada, chamada Teresa, mulher do Quintino, motorista da FEC, preparou-nos um delicioso almoço de peixe cozido acompanhado de batata, cenoura, cebola e repolho também cozidos.

A região de Bafatá, assim como todo o leste do país, é predominantemente povoado pelas etnias Mandinga e Fula, no entanto existem algumas “bolsas” de outras etnias, o que nos interessou bastante. Nessa mesma tarde, guiados pelo Quintino, fomos à sua tabanca, denominada Saremeta, e na casa da sua família gravámos algumas canções Manjacas e, numa outra casa gravámos também uma canção Mansoanca cantada por uma mulher.

Na região de Bafatá gravámos canções Mandinga, nas tabancas Gambasse, Nhabidjon, Cumuda, Cantauda, e canções Fula nas tabancas Dembandje e Tantan Cosé. Em alguns locais as duas etnias convivem na mesma tabanca, como foi o caso que encontramos em Caur. Fomos ainda à tabanca Brondão onde gravámos canções Balanta.

Na segunda noite fomos “brindados” com uma festa do outro lado da rua mas o cansaço, o calor que se sentia durante a noite, e o ar condicionado da casa impediu-nos de atravessar a estrada. Adormecemos (já tarde) com aquela batida que, de manhã, pelas 9:00, voltou a recomeçar.

No dia 21 de Maio tínhamos programada a viagem para Gabu com uma paragem mais longa em Tabatô, uma tabanca Mandinga onde grande parte da economia gira em volta da música. Aqui  gravámos algumas canções por crianças e jovens raparigas e depois assistimos (e gravámos) às tradicionais músicas de Tabatô, uma performance cantada e dançadas por mulheres ao som dos Balafons e Dundumba.

Depois deste maravilhoso espectáculo seguimos para casa de um dos músicos onde, durante algumas horas, dois músicos de Tabatô e o Zé estiveram a tocar guitarra e Balafon. Este instrumento era diferente dos anteriores pois não tinha os ressoadores de cabaça e a própria afinação era diferente, de forma a poder tocar com a guitarra.

À hora de almoço, tivemos de deixar Tabatô para seguirmos viagem para Gabú.

Domingo, 21 Maio, 2017|